A Direção Regional da Cultura do Norte deu parecer favorável à demolição da Panificadora de Nadir Afonso, em Vila Real, permitindo assim a ampliação de uma zona comercial.
Esta decisão deixa o Movimento Pró Nadir com um sentido de “indignação, revolta e tristeza”, como refere Ana Luísa Morgado, arquiteta que integra o Movimento de defesa daquele edifício, único monumento de Nadir Afonso na cidade de Vila Real.
Como alternativa à preservação de uma das poucas obras construídas daquele que será um dos mais importantes artistas portugueses do século XX, a mesma Direcção Regional de Cultura do Norte propõe a construção de algum tipo de monumento na rotunda em frente à antiga Panreal, nome da empresa que funcionou na Panificadora até 1990, e de incluir “no interior do supermercado, nas áreas comuns, réplicas da obra artística do autor”, uma solução que o Movimento Pró Nadir considera de “indigna e desrespeitosa” para com o valor do Mestre Nadir Afonso.
O Movimento Pró Nadir aponta como uma das soluções a recuperação do edifício incluindo na ampliação da zona comercial, solicitando também à Câmara Municipal de Vila Real que considere a Antiga Panificadora como espaço de Interesse Municipal.
A Panificadora de Vila Real foi construída entre 1965 e 1966 segundo planos de Nadir Afonso, sendo um dos poucos edifícios que o arquiteto e artista plástico deixou construídos. Esteve em funcionamento até aos anos 1990, altura em que o negócio de panificação entrou em falência, tendo desde então estado ao abandono.
O edifício pertence a um proprietário privado.
A Direção-Geral do Património Cultural arquivou em abril de 2018 o pedido de classificação do edifício. O Movimento Pró Nadir já interpôs um pedido de classificação como imóvel de interesse municipal junto da Câmara Municipal de Vila Real.