As mudanças climáticas e as mudanças no uso da terra vão tornar os incêndios florestais mais frequentes e intensos, com um aumento global de incêndios extremos de 14% até 2030, de 30% até ao final de 2050 e de 50% até ao final do século, segundo o relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente divulgado hoje o qual tem como coautor Paulo Fernandes, professor e investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).
Paulo Fernandes, que leciona e investiga no Departamento de Ciências Florestais e Arquitetura Paisagista da UTAD, referiu à UFM que o seu desempenho foi na investigação da mitigação do risco de incêndio tendo como caso de estudo o nosso país. O docente da UTAD refere que o relatório apela “a políticas diferentes, mais focadas na prevenção do que no combate”.
O aumento das temperaturas e a seca são os fatores mais conhecidos, mas o investigador fala de outras condições favoráveis à propagação dos incêndios.
Entretanto, segundo a Autoridade Nacional de Proteção Civil nos primeiros 44 dias deste ano já arderam mais de 5500 hectares de mato e floresta. Paulo Fernandes diz que os incêndios rurais são normais e até benéficos no Inverno e que a preocupação é se haverá ou não chuva na Primavera.
O relatório apresentado hoje pelas Nações Unidas e que conta com a investigação de Paulo Fernandes aponta um risco elevado mesmo para o Ártico e outras regiões do planeta anteriormente não afetadas por incêndios florestais.
Este trabalho será analisado na sessão da Assembleia das Nações Unidas marcada para de 28 deste mês a 2 de março e que vai decorrer em Nairóbi.