DOURO vence em Bruxelas e é a Cidade Europeia do Vinho 2023

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O Douro venceu hoje, em Bruxelas, a candidatura “Cidade europeia do Vinho 2023”. O Douro Património da Humanidade será, assim, uma referência europeia no vinho, na vinha, na cultura e na celebração harmoniosa da natureza e obra secular realizada por gerações de durienses.

“All Aroud Wine, All Around Douro foi o lema da candidatura do Douro a Cidade Europeia do Vinho 2023, que orgulhosamente assumimos como um desiderato primordial na garantia do presente e do futuro do nosso território”, palavras de José Manuel Gonçalves, presidente da Câmara Municipal do Peso da Régua no início do discurso de apresentação, esta manhã, em Bruxelas.
Esta candidatura é um dos maiores desafios coletivos que o Douro já assumiu em toda a sua História, materializando o desejo e o pulsar de toda uma região.
Nesta candidatura materializamos também a vontade de um território que é, segundo Miguel Torga, “a realidade mais séria que temos” em Portugal. Uma realidade que é “um excesso da natureza”, construída com sangue, suor e lágrimas derramados por gerações de durienses.
Foram múltiplas as razões para que a grande região do Douro tivesse vontade de assumir a missão de ser Capital Europeia do Vinho 2023.
Com esta vitória acalentamos o desejo legítimo de que o Douro, um grande contribuinte das exportações nacionais, faça do vinho e da vinha uma alavanca concreta e real para o desenvolvimento da sua economia e riqueza de quem aqui vive e trabalha.
Neste processo de candidatura a Capital Europeia do Vinho, apresentaram-se não só todos os municípios integrados na Associação, mas com todas as 19 autarquias que constituem a Comunidade Intermunicipal do Douro.
O Douro é uma região que atravessa um momento difícil, cujos custos de produção de vinho são os mais elevados do País, fruto da orografia das vinhas e agravado pelo aumento dos preços dos produtos indispensáveis à viticultura.
Sendo uma região Património da Humanidade, produtora dos vinhos do Porto e dos DOC Douro, a falta de equilíbrio dos custos de produção face aos valores granjeados com as vendas, impede que esta região conheça a sustentabilidade económica geradora do crescimento e do desenvolvimento.
Esta vitória é uma oportunidade para o Douro atingir esse anseio. Os 19 autarcas da CIMDOURO estão preparados para dar corpo a esta petição, juntamente com as entidades locais e regionais e todos os 22 mil produtores, assumindo a urgência da valorização do nosso produto e trazendo valor acrescentado à nossa região. Só desta forma poderemos garantir uma região equilibrada e com sustentabilidade. Só com este projeto e desígnio poderemos alavancar a nossa estratégia de futuro, poderemos contornar o flagelo da desertificação e acabar com o estigma de Interior profundo a que estamos ingloriamente associados.
Este Douro, terra de inspiração de pintores, poetas e escritores é, como diz António Barreto, antigo Ministro do Comércio, Turismo, e da Agricultura e Pescas “a memória de todos, o fio condutor de gerações. O vinho está presente de modo mais indelével que seja: nas consciências e nos sentimentos. Mas também reina na paisagem, naqueles formidáveis socalcos que, montanha acima, acabaram por lhe dar forma e feitio”.
Abrir o Douro ao Mundo é ademais outro propósito desta candidatura. A região do Douro, durante décadas a fio, centrou-se apenas e só na produção de vinho.

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